domingo, 26 de maio de 2013

Querida Marina, um ano atrás estávamos juntas. Mais feliz impossível. Cercada por amigos queridos, tínhamos por companhia o mar do Caribe, boa comida, bebida excelente, passeios incríveis e a paisagem deslumbrante.
Antevendo a data em que iríamos nos separar, curti aquela semana em Cancum como só uma mãe sabe, quando se anuncia a separação de seu filho querido. Como fomos felizes.
Nesse ano que passou, quando a saudade me aperta me lembro da sua carinha feliz no X Caret, das suas "bebedeiras" no bar 24 h, do seu deslumbramento com a imensidão daquele mar. Eu me lembro de cada minuto que passamos juntas nas nossas férias maravilhosas.
Isso tem servido de consolo. Aquela semana serviu pra gente "se curtir”, pra gente ser só mãe e filha.
Amo-te muita filha querida e não pense que a saudade tem tamanho, ela é maior que a distância que nos separa. Mas não maior do que o amor que eu sinto por você.

Cara de cão magoado

Cara de "cachorro magoado"
No jantar, faço purê de mandioquinha salsa , o preferido do Guilherme.
Sirvo o jantar, ele reluta em comer. Alega que está sem fome. Chantageio, dizendo que fui até o mercado só pra comprar as mandioquinhas, que fiz especialmente pra ele, o feijão fresquinho, o arroz saboroso...
Ele me olha, começa a comer e diz:
Tá bom, vou comer, pra você não ficar com essa cara de "cão magoado".
 
(Guilherme tem 8 anos, mora comigo, me chama de mãe)
atravesso o vale do anhangabau em direção ao metrô São Bento. 21 hs. ( todo mundo me pergunta: não tem medo? e sempre respondo: não não tenho, os" moradores de rua" devem me conhecer. enfim não tenho medo e atravesso sempre nesse horário na saída do trabalho tranquilamente).
dois homens conversam: um diz pro outro: "viu como ele me tratou? me tratou como se eu não tivesse nada, como se eu estive...sse jogado na rua. ao que o outro respondeu: mas você mora na rua. - moro na rua mas não estou jogado na rua. mas eu tenho alguma coisa sim, eu tenho essa mala que tá cheia de lembranças. você acha mesmo que eu já estou com cara de morador de rua?
- não sei pra que desfecho a conversa fluiu. tive que atravessar a rua, mas ainda me virei pra olhar aquele homem que tentava a todo custo manter sua dignidade